Lucerne, Suiça - Monte Pilatus

From Wiki
Share/Save/Bookmark
Jump to: navigation, search

Pilatus é uma montanha dos Alpes com cerca de 2200 metros de altitude que fica perto da cidade de Lucerne,no centro da Suiça. O nome de Pilatus está ligado ao Governador Romano Pôncio Pilatos que geriu a Judeia no tempo de Jesus Cristo. Desde tempos imemoriais, os povos locais que viviam perto do Monte Pilatus acreditavam que o pequeno lago Oberalp era o culpado pelas terríveis tempestades na região. As pessoas temiam que o fantasma inquieto de Pôncio Pilatos surgisse no meio das águas agitadas para lavar o sangue de Cristo das suas mãos. Mas como surge a lenda do fantasma de Pilatos em plenos Alpes? Logo após a morte do governador romano Pôncio Pilatos, espalhou-se o mito que ele tinha encontrado um fim vergonhoso. Acreditava-se que Tibério César, tinha condenado Pôncio Pilatos à cadeia como punição pela condenação de Jesus Cristo. O antigo Governador acabou por se suicidar. O seu corpo foi atirado ao rio Tibre, mas o rio manifestou desagrado provocando grandes enchentes. O corpo foi lançado para fora do rio e foi afundado no Ródano. Mas o problema com as águas voltou a surgir. Foi então que decidiram afundar Pôncio Pilatos num pequeno lago remoto, Oberalp, no actual Monte Pilatus. Acabou por resultar e apenas uma vez por ano, na Sexta-Feira Santa, Pilatos podia ser visto sentado numa cadeira no meio do lago - com cabelos cinza e roxo vestindo o traje de um juiz. Em meados do século XVI, o medo começou a diminuir e em 1585, o padre de Lucerne, acompanhado por um grupo de habitantes locais escalou o Monte Pilatus para desafiar o fantasma. Eles atiraram pedras ao lago, agitaram a água e entraram nela - mas o fantasma não reagiu: o feitiço foi aparentemente quebrado. Para se certificarem que o fantasma de Pôncio Pilatos tinha cessado a sua actividade, escavaram um fosso em 1594 para o lago secar.Foi só 400 anos mais tarde, em 1980, que a população fechou o fosso de novo. Hoje, o lago está calmo. O fantasma de Pôncio Pilatos descansa em paz.

Para além da lenda associada ao seu nome o Monte Pilatus está também ligado às lendas dos Dragões. Aliás o símbolo da montanha é um dragão vermelho. No verão de 1421, um poderoso dragão voou até ao Monte Pilatus e aterrou tão perto de um camponês chamado Stempflin que este acabou por desmaiar. Quando acordou o camponês descobriu um nódulo de sangue coagulado e um dragão de pedra cujos poderes curativos foram confirmadas oficialmente em 1509. Uma outra história de Petermann Etterlin conta que o governador da região,Winkelried, matou um dos dragões do Monte Pilatus. Espetou uma lança com galhos de espinho na boca aberta do dragão, matando-o. Enquanto espetava a lança gotas de sangue venenoso cairam sobre a sua mão. As gotas e a respiração venenosa do dragão a morrer congelaram o sangue nas veias Winkelried, e ele também acabou por morrer.

Durante as primeiras horas do dia 26 de Maio de 1499, um espectáculo deslumbrante foi visto em Lucerne.Depois de uma tempestade terrível, um dragão enorme saiu das águas selvagens do rio Reuss na ponte Spreuer. O dragão provavelmente tinha sido apanhado de surpresa pela tempestade.

Uma outra história conta que num dia de sol um grupo de jovens chegou à região. No final do ano enquanto procurava troncos para a lareira, um dos jovens subiu, de forma irreflectida até ao ponto mais alto da montanha proíbida. Quando começou a anoitecer ficou apavorado e ao tentar descer a montanha acabou por tropeçar e perder o equilíbrio. Caiu num local profundo e preto perdendo a consciência. Quando voltou a si, com um inchaço doloroso na testa, o sol já estava alto no céu. Mas tudo o que podia ver era um pequeno vislumbre do céu azul. Tinha ficado preso numa caverna dentro da montanha. A abertura por onde a luz do sol entrava estava longe, muito acima de sua cabeça. Ele olhou mais fundo na escuridão da caverna e o seu sangue começou a gelar nas veias. Duas bestas gigantes com corpos escamosos e hálito de fogo estavam a olhar para ele. Pensando que o iriam matar começou a temer o pior. Os animais foram aproximando-se dele e para seu espanto começaram a cheirá-lo e a lambê-lo curiosamente, mas com cuidado. E assim o jovem passou os meses seguintes na cova dos dragões. O Inverno cobria a montanha de gelo e neve, mas ele manteve-se confortável e quente na caverna, bebendo o leite que jorrava das paredes e dormindo como um bebé aninhado no calor dos corpos dos dragões. Um dia o som da Primavera ecoou pela caverna dentro. Os dragões levantaram as cabeças e abriram as suas poderosas asas. Um deles saiu voando para o sol quente da primavera. O segundo dragão chegou perto do jovem e bufou delicadamente, como que a dizer-lhe que tinha chegado o momento de deixar a sua casa de inverno. O jovem ganhou coragem, agarrou na cauda do dragão e de repente estavam os dois a subir pela caverna em direcção ao exterior. Já fora da caverna o dragão deitou o jovem sobre um prado coberto de flores. O rapaz acenou ao seu companheiro de inverno pela última vez e voltou rapidamente à cidade. Foi recebido com muita alegria pois todos pensavam que tinha morrido na montanha. Ele tinha muito para contar. A aventura deste jovem foi bordada num pano de seda que ainda hoje pode ser visto na Igreja de St. Leodegar em Lucerna.

Desde então, os dragões Pilatus são reverenciados como bem-humorados e criaturas prestáveis. E às vezes, em noites escuras, quando a lua está a brincar às escondidas atrás das nuvens, uma sombra gigante atravessa-se na sua face.

Se as pessoas que visitam o Monte Pilatus conseguirem ouvir o som fraco de um bater de asas isso significa que um rasto de poeira com poderes benéficos cairá sobre eles e serão pessoas com muita sorte na vida.

Fonte: http://www.pilatus.ch/content-n82-sE.html

P1010030
Paisagem vista a partir do Monte Pilatus
P1010061
Topo do Monte Pilatus
P1010028
Túneis e cavernas