Tardígrados: ursos de água no espaço
Os Tardígrados são animais microscópicos conhecidos como ursos de água Os corpos atarracados fazem lembrar os ursos, no entanto medem menos de 1mm de comprimento e podem ser encontrados no mar, em água doce e em terra. Estudos genéticos mostraram que inicialmente viviam em ambientes de água doce antes de adaptarem para colonizar a terra, em busca de habitats húmidos, como solos, musgos, folhas e líquenes. Em 2007, tornaram-se o primeiro animal a sobreviver à exposição ao Espaço. Conseguiram sobreviver num ambiente hostil com temperaturas abaixo de zero, implacáveis ventos solares e sem oxigénio. Professor Roberto Guidetti da Universidade de Modena acredita que a capacidade que tem para resistir ao congelamento e à desidratação pode explicar como conseguiram sobreviver no Espaço. A sua capacidade de sobrevivência é tão forte que podem ser encontrados em regiões que vão desde o Árctico até à Antárctida, nas altas montanhas, nos desertos, nas áreas urbanas e nos jardins. Em ambientes terrestres, apenas necessitam de uma película de água para se possam realizar as actividades necessárias à vida. Mas, se essas condições mudam, os tardígrados são capazes de entrar numa forma extrema de descanso chamada cryptobiosis. Quando atingem este estado, são capazes de resistir à congelação. Estes cosmonautas microscópicos têm como missão ajudar os cientistas a entender mais sobre a capacidade que para sobreviver por curtos períodos de tempo fora da Terra. Os tardígrados juntaram-se a outros seres microscópicos seleccionados para fazer parte do projecto Biokis, patrocinado pela Agência Espacial Italiana que vai investigar o impacto dos voos espaciais de curta duração nos seus organismos. A equipa irá avaliar as alterações nos organismos genéticos, e a forma como as células se adaptam fisicamente a situações de desidratação extrema, causadas pelo vácuo do espaço e pela radiação cósmica. Uma das experiências denominada Tardkiss consiste expor as colónias de tardígrados a diferentes níveis de radiação ionizante em diferentes pontos da viagem. Os resultados Tardkiss permitirão aos investigadores determinar como os efeitos da dose de radiação na forma como funcionam as células.
Para ler o artigo na íntegra aceda a BBCNature em http://www.bbc.co.uk/nature/12855775
